Facebook

Boas,

     Devido a informações por parte de pessoal que não consegue seguir o blog por não ser gmail decidi criar um facebook para o blog, sempre que fizer um post novo irei colocar um aviso no facebook a redireccionar para o post em questão.

     http://www.facebook.com/soundworkhorse

     Espero que ajude.

Horns Up

Doug

Mudança do estúdio

Boas,

     Como vocês sabem por vezes arranjar um espaço para trabalharmos é muito complicado e quando arranjamos um nem sempre é o melhor, isso acontece com o CJ, o espaço é óptimo mas temos que saber organizar tudo como deve ser e para isso eu e o Tiago tivemos de volta de umas ideias novas para o estúdio e decidimos optimizar o espaço.

     Pois bem, este post vai ser simples praticamente baseado em fotos. O que fizemos foi apenas mudar alguns móveis de modo a abrir mais a sala e haver mais espaço.

     ANTES:

Live room

Muita desarrumação

Booth, já tínhamos mudado a bateria para facilitar as aulas de percussão
      DEPOIS:


Canto da booth
O armário dos microfones
Vista da bateria
Parede que vai ser pintada de futuro 
A parede muito mais livre
Parece que a sala cresceu
Cantinho mais arrumado
Fica uma panorâmica geral da sala depois de arrumada
  
     Acabou por ser um dia diferente mas no entanto produtivo.

Horns Up

Doug








Estúdio Mr. Bones (tracklist e troubleshooting)

Boas,

     Aviso já que este post é só texto e acho que vai ser longo.

     Vamos começar pela tracklist que é o mais simples e o mais rápido:


  1. "Man with a broken heart" - Tocado com a Ibanez, em dois takes já tínhamos um bom para final e para avançar para a próxima;
  2. "Dancing the blues" - Tocado com a Ibanez e fizemos 4 takes o quarto ficou como final e guardamos o primeiro para aproveitar detalhes;
  3. "It's too late for the cure" - Tocado com a Ibanez até ao quinto take no total de 6, o sexto foi gravado com a Epiphone, os resultados finais não foram satisfatórios ficámos de voltar a gravar noutra sessão;
  4. "Cold Love" - Primeiro take gravado com a Epiphone que acabou por dar problemas (ver troubleshooting) e o segunto e terceiro foram gravados com a Ibanez, o segundo ficou como final mas foi nesta música que mudámos o Beta57A para o AKG C451;
  5. "Momma I didn't listen" - Tocado com a Ibanez, três takes e ficámos com o primeiro e segundo como finais;
  6. "Breaking the time" -Tocado com a Ibanez, 5 takes e  só aproveitámos o último;
  7. "Deep in a whore house in Texas" - Tocado com a Ibanez, só gravamos dois takes desta música e nenhum ficou como final pois esta música não se sabe se vai ficar no álbum ou não.
      E agora os problemas que tivemos e as soluções que procuramos:

  • Ainda na primeira gravação conseguimos perceber que o Audio Technica 2050 que está no Kick estava com demasiado bleeding da reflexão dos dois amps de guitarra por isso agarrámos num pouco de espuma e colocamos no tripé a proteger do lado direito e usamos um pouco de cortina grossa presa no tripé do Hi-Hat e no Kick para proteger do lado esquerdo, houve também a preocupação de não atrapalhar a performance do músico, como é óbvio.
A foto é repetida mas é a que se percebe melhor
  • Na música "It's too late for the cure" quando o músico trocou de guitarra (como descrito acima) surgiu um problema no amp Fender, uma espécie de hissing estranho que não conseguíamos perceber o que era, começamos a tentar eliminar os problemas um de cada vez, testamos os pedais um a um, trocamos as alimentações, extensões e cabos e como tudo parecia bem chegámos à conclusão que poderia ser um problema de massa ou uma das válvulas (que não iria permitir continuar com as gravações) mas numa esperança de não se notar muito na gravação voltámos a usar a Ibanez e gravámos um take e como por milagre a meio do take o hissing desapareceu, as gravações continuaram sem voltar a acontecer.
  • Na faixa "Cold Love" quando estávamos na régie a meio de um dos takes começámos a ouvir um som que era extremamente parecido com um martelo de Carnaval e ficámos um pouco desnorteados e por coincidência estávamos a usar a Epiphone novamente, depois de 5mn a tentar perceber o que poderia ser acábamos por descobrir que o som vinha do Fender e que eram os pickups da guitarra que estavam a captar o som do Kick, trocámos para a Ibanez e ficou óptimo.
      De resto tudo correu pelo melhor e conseguimos takes bastante bons. 

Horns Up

Doug

Estúdio Mr. Bones (Microfones e prés)

Boas,

      Sem mais demoras a continuação. Devido à troca já mencionada teve que ser feito novo routing dos microfones e trocar alguns deles também. Começámos por montar a Allen&Heath Zed428 que usamos ao vivo para usarmos 8 dos prés ligados em analógico à Digidesign 002 (core do estúdio e controller do Pro-Tools) e ligámos o pré Focusrite Octopre MkII Dynamic em ADAT também à Digi. Infelizmente, mais tarde nos primeiros temas percebemos que os prés da Allen&Heath para estúdio não funcionam muito bem, tudo o que passava pelos prés da mesa soava aborrecido, sem vida e com pouca clareza por isso desligamos essa e colocamos a Soundcraft FX16ii ligada em analógico e conseguimos obter um resultado muito melhor.

     O processo de colocação de microfones foi bastante interessante pois usamos técnicas que ainda não tinha usado, porque consegui experimentar novos microfones com os quais ainda não tinha trabalho, um ou dois que nunca tinha ouvido falar e um microfone em especial que se revelou um grande surpresa.

     Kick e Snare:

     Para micar o kick usámos 3 microfones, um AKG D112, colocado no interior em cima de uma pequena manta; um AKG 430, apontado directamente para o buraco do kick; um AudioTechnica 2050 virado ao contrário perto do pedal junto à pele e micamos com um Shure Beta57A (que mais tarde trocamos por um AKG C451), importante referir que neste setup do artista a tarola está apenas junto ao kick para captar as vibrações e acrescentar o som da grelha ao tema, a tarola nunca é directamente tocada pelo músico.

AKG D112 no interior e AT2050 na pele
AKG 430 na entrada do kick e Beta57A na grelha (não tenho fotos do C451)
     Hi-Hat e Pandeireta:

     Para micar estes dois usamos um AKG 430 a apontar debaixo para cima para o Hi-Hat e um SM57 para a pandeireta, basicamente foi colocar ambos numa posição geral e depois procurar o sweet spot para as capturas.

AKG 430 em baixo e SM57 em cima
     HH (master) + Epiphone (slave)

     Para captura deste setup  usámos a técnica de captura stereo XY para capturar todo o speaker do Epiphone podendo ter assim mais naturalidade, mais "respiração" da coluna em si. Usámos dois microfones que eu não conhecia, dois Audix F15.

Vintage power
     Fender

     A captura do fender foi a que mais me deixou perplexo, usámos dois condensadores de membrana larga, um AT2050 invertido na parte de cima e um AKG 414 na parte debaixo, depois durante o tracking quando tive hipótese de ver os micros em acção percebi o porque, o AT2050 vai buscar os agudos todos, mesmo todos e dá um som muito crisp à gravação e o AKG 414 vai buscar médios graves e graves muito definido e ainda captura um bottom end excelente.

AT2050 em cima e AKG 414 em baixo
     Sala

     Visto termos uma sala de gravações que soa tão bem porque não capturar a sala em si para acrescentar
às gravações? Bem, foi isso que se fez por meio de 3 microfones. Aqui houve três surpresas para mim:


  1. Deparei-me com um setup já montado pelo Tiago de 3 mics que nunca tinha visto, 2 a capturar a imagem stereo da sala, um para a esquerda (a apontar para o HH+Epiphone) e um para a direita (a apontar para o fender) e no meio mesmo junto ao chão um StudioProjects B1 invertido a apontar para o setup de percussão, basicamente a apanhar graves com força;
  2. O som que estes 3 microfones capturam da sala é absurdamente bom, bem misturados este conjunto simples consegui fazer um álbum de elevada qualidade;
  3. Finalmente, a última surpresa, quando estava a apontar os microfones usados deparei-me com dois microfones familiares, os que estavam a capturar a sala em stereo, dois B1's da Behringer, não quis acreditar (eu próprio já testei esses microfones como overheads e não gostei deles) por isso fui falar com o Tiago, ele confirmou que eram dois Behringer's mas explicou que eram dois antigos ainda produzidos na Alemanha e não na China como os que estão agora à venda, mesmo assim torci o nariz. Rapidamente me calei quando os ouvi em acção, tiro as minhas acusações e digo, realmente são melhores do que estava à espera e estão a servir o seu propósito bem.
Aqui dá para ver o quão perto o StudioProjects está do chão

     A lista de vias final é esta:

Mais tarde houve a substituição do Beta57A pelo AKG C451
     Para o próximo post vem a tracklist e o troubleshooting.

Horns Up

Doug


  

Estúdio Mr. Bones (backline)

Boas,

     No meu segundo post mencionei que o estúdio do centro estava de momento a fazer o tracking do novo álbum de Mr. Bones, pois bem, no dia 11 e dia 12 o Zé veio continuar as gravações.Mr. Bones é um projecto a solo de rock por parte de José Lopes que consiste num one-man-show onde ele toca guitarra e canta enquanto toca bombo com um pé e pratos de choque + pandeireta com o outro, por esse mesmo motivo todas as gravações são realizadas fazendo live takes da música completa exceptuando a voz.

     Devido a alguns problemas e troca de material de gravação no estúdio eu tive a hipótese de refazer algumas colocações de microfones e tive a chance de experimentar microfones que nunca tinha usado, assim como o material de gravação do CJ.

     Para começar vou falar um pouco do backline do artista (com links) para terem uma noção do ambiente.
     O setup do backline era: Guitarra -> Tripler -> "Buzz" -> Vox -> Fender
                                                             Tripler -> Boss -> HH+Epiphone

      A colocação no estúdio foi (da direita para a esquerda): HH+Epiphone||Bateria||Fender||
                                                                                         (||-representa as barreiras acústicas)

Todos os pedais incluindo os da percussão

Vista da esquerda

Vista da direita
     Por agora é tudo o próximo post é para falar de colocação de microfones e routing para o Pro-Tools.

Horns Up 

Doug




XLR Splitter

Boas,

     Como mencionei antes este post é uma espécie de tutorial para fazer o splitter que usei no concerto de BTT+WATD.

     O objectivo do splitter é a capacidade de usar o mesmo sinal de entrada na mesa (por exemplo de um microfone de voz) para dois canais em vez de um podendo assim fazer som para duas vozes sem desfazer o que fizemos antes para outra banda ou mesmo para aplicar efeitos ou compressão a um dos canais e manter o outro limpo.

    A única coisa que têm que fazer é, arranjar uma ficha XLR fêmea (vai ser o input), duas fichas XLR macho (os outputs) e dois cabos com fase, neutro e terra.

Ficha com o cabo descarnado azul(neutro), fase(vermelho) e terra

Ficha fêmea desmontada

Pins da ficha 3pins= fase neutro terra

     Solda-se os cabos às fichas macho como se fossem cabos normais. Eu não tirei fotos ao processo porque o cabo estava feito mas fica aqui um vídeo a ensinar como se fazem cabos XLR, DIY - XLR Cable.

Fichas macho já soldadas
     Dica: Aproveitem esta porque vai ser para o resto da vossa vida, nunca mas nunca comecem a soldar sem colocar a borracha e a protecção do cabo (as duas peças pretas) no fio. Rapidamente vão perceber que todo o trabalho de soldadura que fizeram tem que ser desfeito e refeito para as colocar.

     Agora chega a parte um pouco diferente, basicamente o que se faz é pegar nas duas pontas dos cabos já soldados aos machos, descarnar e soldar o fase dos dois cabos em um só, o mais fino e limpo possível e fazer o mesmo ao neutro e terra, ou seja, apesar de termos dois cabos (6 pontas) quando acabarem de soldar ficam com um cabo (3pontas), depois é só soldar à ficha fêmea como se fosse um cabo normal. Fica o exemplo:

Input para as duas fichas macho
     Depois de soldado pode-se dar uma volta ou duas com gaffe para segurança acrescida e é montar outra vez tudo. O resultado final:

XLR Splitter
     Aproveitem para fazer uns para vocês que dá sempre jeito ter uns à mão e sempre treinam um pouco a arte do soldar, dá sempre jeito. Aproveitem para comprar um ferro de soldar, eu comprei o meu esta semana, barato mas acho que para começar já trazia incluído muita coisa.

Kit iniciação à soldadura electrónica da Pro K Electronics (18€)
Horns Up

Doug

Concerto Before The Torn + We Are The Damned

Boas,

     No dia 5 de Março estas duas bandas marcaram presença no CJ para apresentarem os seus novos álbuns como parte de uma tour nacional. Coube a mim e ao Tiago fazer a montagem do espectáculo e som de frente pois nenhuma das bandas tem técnico.

     Por volta das 14h começamos a ligar o sistema de frente, colocar os estrados para a bateria e preparar as monições em palco, o Tiago lembrou-se que os amps têm-se movido durante os concerto mais do que o que deviam por isso arranjamos 4 pequenos ganchos que aparafusamos ao chão e começamos a preparar os microfones, tripés, cablagem e pontos de corrente que possivelmente iríamos utilizar/precisar (até este ponto não tínhamos recebido nenhum rider técnico das bandas por isso foi um pouco de pesquisa para ver quantos membros era cada banda e deduzir o que iriam trazer). Ás 15h começamos a afinar o PA e testámos se todas as monições estavam a funcionar.

     As bandas chegaram pouco depois de acabarmos de testar se tudo estava a funcionar então esperámos que eles montassem o equipamento deles dando apoio ao que eles precisavam, desde ajudar com a montagem de algum do backline a tirar dúvidas quanto ao plano para a noite, quando a banda acabou o Tiago começou a micar a bateria e eu comecei a micar as colunas de guitarra e baixo e a colocar os micros de voz. A amplificação das guitarras consistia do lado esquerdo dois amps (uma para cada banda) e uma coluna 4x10", do lado direito um amp e uma coluna 4x10" e o baixo era um amp e uma coluna 8x10"; enquanto os membros tocavam e afinavam os instrumentos aproveitei para ouvir separadamente cada um dos speakers e tentar perceber qual tinha o melhor som e colocar o microfone nesse, usei Shure SM57 em todas as colunas a apontar directamente ao centro do speaker a uma distância de 2 ou 3cm da rede/grelha. Para a voz usei um Shure Beta57A com uma cápsula de um SM58 (apenas por uma questão de proteção) e dois Shure SM58 para as backvocals. Usamos um Beta57 na voz principal porque sendo duas bandas de metal/hardcore usualmente o vocalista mexe-se muito e a polar pattern é mais estreita que a do SM58 prevenindo assim feedbacks indesejados.
     Quando acabei coloquei uma DI perto do baixo, decidimos logo usar dois canais para o baixo, e duas DI's perto da bateria, para o sampler e triggers e segui para a bateria. Só faltava micar o kick, snare e o hi-hat, o Tiago estava a tratar dos overheads, usei um AKG C451 a apontar de baixo para cima no hi-hat, um Shure SM57 na snare, que mais tarde tivemos que mudar de posição por causa da colocação do sampler e por essa altura o Tiago já estava a tratar do kick, usámos o BeyerDynamic Opus99 dentro do kick em cima de um pouco de esponja acústica. O restante kit tinha BeyerDynamic Opus88 nos 3 toms e AKG CK91 nos overheads.
      Após terminada a fase de colocação de microfones começámos o sound check com os Before The Torn em primeiro e os We Are The Damned em segundo e preparámos a monição de acordo com os artistas. Before The Torn foi bastante rápido e passámos para os We Are The Damned, tivemos que esperar que mudassem a bateria e colocassem os triggers, enquanto isso o vocalista veio falar connosco que queria ter um segundo canal de voz onde pudesse usar um pedal na voz (o pedal era uma espécie de mini amp) então abrimos um segundo canal de voz onde ligamos o pedal por via de uma DI para balancear o sinal.
     Antes de começarmos o Tiago aproveitou para me explicar um pequeno truque que usa para concertos com mais de uma banda onde tem que usar uma mesa pequena que eu vou aproveitar para partilhar aqui, como vocês sabem uma mesa analógica não guarda o que se faz a cada banda, normalmente tem que se apontar numa folha para que na mudança de bandas possamos colocar tudo como no sound check realizado previamente ou então usar canais que sobrem e mudar o patch na mudança de banda, então o pequeno truque/método que usamos foi o seguinte, o XLR que vem do palco ao invés de ligar ao pré da mesa liga-se a um splitter feito à mão que consiste num cabo XLR com uma entrada fêmea e duas saídas macho, podendo assim passar o mesmo sinal para dois canais da mesa (o post seguinte a este vai explicar como se faz esse splitter). Ligando o patch desta maneira podemos ter a guitarra, baixo e voz em canais separados para cada banda facilitando assim a nossa vida para o concerto.
     A nossa lista de vias e desenho de palco final ficou assim:

Lista de vias das duas bandas


Monições e efeitos

Desenho de BTT, o de WATD é só retirar  Vox1, Vox2 e GTEL2

     Após finalizarmos tudo fizemos a pausa para o jantar. Ficam as fotos do trabalho já realizado:

Patch final, os XLR's finos cinzentos são os splitters que falei em cima

A rack de FOH com os EQ's de monição

A bateria com micros e triggers

Pormenor da engenhosa almofada para o Opus99 
O esparguete inevitável com o módulo de triggers e a stage box de 12 vias

O multipar todo ligado

Bass e GTEL2

GTEL1
     E a visão de como ficou tudo no final:

Até dá gosto
     Durante o concerto tive a hipótese de fazer som de frente com o apoio do Tiago e agradeço a infinita paciência para todas as perguntas e o excelente workflow durante a duração do mesmo, todo o concerto se revelou sem problemas abrindo excepção para a falta de público que nos daria jeito para "amortecer" o nível de SPL que havia na sala, acho que foi a primeira vez que vi um concerto a soar tão alto com os masters a meio.
     Quando o concerto terminou foi desligar, arrumar, enrolar e ir para casa, ficou para trás o primeiro concerto do meu estágio, obrigado às bandas pela cooperação e paciência e ao Daniel pela simpatia durante todo o dia/noite e pela oferta do CD.

Horns Up

Doug

Concurso de bandas Raul Proença

Boas,

     No meu quarto dia de estágio deslocamos-nos à Escola Secundária Raul Proença para o concurso de bandas da escola a realizar no espaço comum da escola.

     A sala é uma espécie de barracão, grande, alta e com um palco um pouco mais pequeno que o do centro. Falámos com os responsáveis e fomos informados que só poderíamos começar a montar tudo depois das  16:30 (eram pouco mais que 15h) o que nos cortou logo a hipótese de fazer o sound check,  hipótese ainda mais reduzido quando fomos informados que seriam 7 bandas na totalidade. Começou então a espera.

     Nota: Não existem fotos deste concerto porque também não tinha máquina fotográfica.

     Por volta das 17h começámos a montar, o equipamento que tínhamos era todo alugado (infelizmente não tive tempo para apontar todo o equipamento que usamos por isso não posso relatar tudo com exactidão),  tínhamos dois amplificadores, um crossover de duas vias, 2 subs Behringer, 4 topos Behringer , 2 topos Behringer para monição e uma mesa de 16 vias Behringer. Como precaução já havíamos trazido a rack de FOH (front of house) do centro e 3 microfones suplementares, dois BeyerDynamic Opus 53 para OH (overhead) e um Shure Beta 57A para podermos ter talkback para o palco.

     Montámos o sistema de frente junto ao palco, improvisamos a régie com duas mesas e as bandas começaram a montar o backline. O sistema final ficou algo como isto:

Linha castanha é a altura do palco aproximadamente
     Ligamos tudo aos amplificadores e começámos a afinar o PA para a sala recorrendo ao EQ gráfico da BSS, mal começou soar descobrimos que o segundo topo do lado esquerdo tinha o mesmo problema que a RCF do centro e estava a induzir imenso ruído, infelizmente com material alugado tivemos que continuar com ele assim. Após as bandas acabarem de montar o backline começámos a colocação de microfones, havia um kit de bateria, dois combos de guitarra colocados em cima de mesas, um combo de baixo colocado no chão e um teclado; fomos ainda informados que haveria algumas bandas com guitarras acústicas. Colocámos todos os microfones e DI's e o resultado final ficou:

Lista de vias
     Os JTS são réplicas de "marca branca" dos microfones da Shure e as DI's usadas foram a Behringer DI100 no bass e DI120 no teclado para fazer o left/right, optamos por micar apenas o Low Tom porque poderíamos fazer a captura dos restantes com os overheads. A disposição final em palco ficou assim:

Desenho de palco
     Visto serem 7 bandas e não termos sido informados a ordem e não termos microfones suficientes em duas das bandas eu trocava o Vox2 para perto do teclado (Keys), uma tinha que trocar o Vox1 para perto do Vox3 para poder trocar o Vox3 pelo microfone para a GTACUST, ou seja, em cada banda eu tinha que trocar microfones de posições por falta de informação por parte da organização, as outras era o setup que está no desenho. Este acabou por ser mais um problema que se ia desenrolar durante o espectáculo todo, acabei por ficar o concerto todo no palco e o Tiago a fazer frente.

     Realizamos um line check rápido e fizemos pausa para o jantar. Quando voltámos ainda não havia começado o concerto apareceram logo mais dois problemas, uma banda suplementar que não apareceu durante a tarde com uma guitarra semi-acústica, como já não tinhamos DI's tivemos que captar com o mesmo microfone como se fosse uma acústica normal e faltava um microfone para o júri, tivemos sorte de porem a mesa do júri mesmo em frente da régie então foi só usar o nosso microfone de talkback com um cabo XLR maior ao canal 15. Quando finalmente o concerto começou, continuámos apareceu um novo problema, o bónus da noite, os canais da mesa estavam a "colar", tanto como os canais individuais como os canais de master, ou seja, por vezes o som de um canal em específico ou de um dos masters mutava e ficávamos sem som em um dos canais ou então desaparecia o som do lado esquerdo/direito do PA, som esse que só voltava ao mexer freneticamente o fader em questão. Outro problema também corrente foi a inexperiência dos membros das bandas, problemas tais como esquecer-se de ligar o amplificador, ligar o pedal, ligar um cabo, tirar o mute da guitarra, esquecer-se do instrumento quando vem para o palco, entre outros, problemas esses que eles ficavam a olhar para mim à espera que eu resolve-se já com eles a actuar em palco. Alguns tal como o esquecer de ligar o cabo ao instrumento até a mim me deixaram perplexo porque nunca é algo que estamos à espera.

     Por fim o concerto lá acabou e desmontámos tudo, o pesadelo tinha acabado por esse dia. Moral da história: se o material (e o artista em questão) é mau não há muito que se possa fazer, no entanto, é com isso que temos que trabalhar e tentar fazer o nosso melhor.

     Sem dúvida uma experiência que prefiro que não se torne a repetir.

Horns Up

Doug


Chicote - Descarnado/Speakon

Boas,

     Normalmente os amplificadores têm saídas Speakon para ligar às colunas mas nem sempre foi assim, ainda hoje nos amps mais antigos encontramos muitos deles com saída para cabos descarnados, ou seja, sem fichas, que é justamente o caso do Ashly usado no post anterior, de maneira a tornar a ligação do amp ás colunas mais fácil e rápida engendrou-se um pequeno truque. 

     Arranjamos duas fichas Speakon fêmeas (o output dos amps é fêmea também) e soldamos a um cabo de áudio com fase e neutro ao +1/-1 da ficha, depois descarnamos a outra ponta do cabo e soldamos o cobre para ficar mais seguro e sólida.

Ficha Speakon sem o corpo
Cabo de áudio com fase/neutro

Ficha já soldada e restante corpo
Ficha quase acabada e com o corpo montado
Duas fichas já finalizadas
     Processo bastante simples, depois foi só colocar no amp.

Ficha já ligada ao amp (esqueci-me de tirar a foto com as duas postas)
     E voilá temos a vida facilitada para ligar qualquer cabo Speakon ao amplificar rapidamente.

Horns Up 

Doug