Concerto Before The Torn + We Are The Damned

Boas,

     No dia 5 de Março estas duas bandas marcaram presença no CJ para apresentarem os seus novos álbuns como parte de uma tour nacional. Coube a mim e ao Tiago fazer a montagem do espectáculo e som de frente pois nenhuma das bandas tem técnico.

     Por volta das 14h começamos a ligar o sistema de frente, colocar os estrados para a bateria e preparar as monições em palco, o Tiago lembrou-se que os amps têm-se movido durante os concerto mais do que o que deviam por isso arranjamos 4 pequenos ganchos que aparafusamos ao chão e começamos a preparar os microfones, tripés, cablagem e pontos de corrente que possivelmente iríamos utilizar/precisar (até este ponto não tínhamos recebido nenhum rider técnico das bandas por isso foi um pouco de pesquisa para ver quantos membros era cada banda e deduzir o que iriam trazer). Ás 15h começamos a afinar o PA e testámos se todas as monições estavam a funcionar.

     As bandas chegaram pouco depois de acabarmos de testar se tudo estava a funcionar então esperámos que eles montassem o equipamento deles dando apoio ao que eles precisavam, desde ajudar com a montagem de algum do backline a tirar dúvidas quanto ao plano para a noite, quando a banda acabou o Tiago começou a micar a bateria e eu comecei a micar as colunas de guitarra e baixo e a colocar os micros de voz. A amplificação das guitarras consistia do lado esquerdo dois amps (uma para cada banda) e uma coluna 4x10", do lado direito um amp e uma coluna 4x10" e o baixo era um amp e uma coluna 8x10"; enquanto os membros tocavam e afinavam os instrumentos aproveitei para ouvir separadamente cada um dos speakers e tentar perceber qual tinha o melhor som e colocar o microfone nesse, usei Shure SM57 em todas as colunas a apontar directamente ao centro do speaker a uma distância de 2 ou 3cm da rede/grelha. Para a voz usei um Shure Beta57A com uma cápsula de um SM58 (apenas por uma questão de proteção) e dois Shure SM58 para as backvocals. Usamos um Beta57 na voz principal porque sendo duas bandas de metal/hardcore usualmente o vocalista mexe-se muito e a polar pattern é mais estreita que a do SM58 prevenindo assim feedbacks indesejados.
     Quando acabei coloquei uma DI perto do baixo, decidimos logo usar dois canais para o baixo, e duas DI's perto da bateria, para o sampler e triggers e segui para a bateria. Só faltava micar o kick, snare e o hi-hat, o Tiago estava a tratar dos overheads, usei um AKG C451 a apontar de baixo para cima no hi-hat, um Shure SM57 na snare, que mais tarde tivemos que mudar de posição por causa da colocação do sampler e por essa altura o Tiago já estava a tratar do kick, usámos o BeyerDynamic Opus99 dentro do kick em cima de um pouco de esponja acústica. O restante kit tinha BeyerDynamic Opus88 nos 3 toms e AKG CK91 nos overheads.
      Após terminada a fase de colocação de microfones começámos o sound check com os Before The Torn em primeiro e os We Are The Damned em segundo e preparámos a monição de acordo com os artistas. Before The Torn foi bastante rápido e passámos para os We Are The Damned, tivemos que esperar que mudassem a bateria e colocassem os triggers, enquanto isso o vocalista veio falar connosco que queria ter um segundo canal de voz onde pudesse usar um pedal na voz (o pedal era uma espécie de mini amp) então abrimos um segundo canal de voz onde ligamos o pedal por via de uma DI para balancear o sinal.
     Antes de começarmos o Tiago aproveitou para me explicar um pequeno truque que usa para concertos com mais de uma banda onde tem que usar uma mesa pequena que eu vou aproveitar para partilhar aqui, como vocês sabem uma mesa analógica não guarda o que se faz a cada banda, normalmente tem que se apontar numa folha para que na mudança de bandas possamos colocar tudo como no sound check realizado previamente ou então usar canais que sobrem e mudar o patch na mudança de banda, então o pequeno truque/método que usamos foi o seguinte, o XLR que vem do palco ao invés de ligar ao pré da mesa liga-se a um splitter feito à mão que consiste num cabo XLR com uma entrada fêmea e duas saídas macho, podendo assim passar o mesmo sinal para dois canais da mesa (o post seguinte a este vai explicar como se faz esse splitter). Ligando o patch desta maneira podemos ter a guitarra, baixo e voz em canais separados para cada banda facilitando assim a nossa vida para o concerto.
     A nossa lista de vias e desenho de palco final ficou assim:

Lista de vias das duas bandas


Monições e efeitos

Desenho de BTT, o de WATD é só retirar  Vox1, Vox2 e GTEL2

     Após finalizarmos tudo fizemos a pausa para o jantar. Ficam as fotos do trabalho já realizado:

Patch final, os XLR's finos cinzentos são os splitters que falei em cima

A rack de FOH com os EQ's de monição

A bateria com micros e triggers

Pormenor da engenhosa almofada para o Opus99 
O esparguete inevitável com o módulo de triggers e a stage box de 12 vias

O multipar todo ligado

Bass e GTEL2

GTEL1
     E a visão de como ficou tudo no final:

Até dá gosto
     Durante o concerto tive a hipótese de fazer som de frente com o apoio do Tiago e agradeço a infinita paciência para todas as perguntas e o excelente workflow durante a duração do mesmo, todo o concerto se revelou sem problemas abrindo excepção para a falta de público que nos daria jeito para "amortecer" o nível de SPL que havia na sala, acho que foi a primeira vez que vi um concerto a soar tão alto com os masters a meio.
     Quando o concerto terminou foi desligar, arrumar, enrolar e ir para casa, ficou para trás o primeiro concerto do meu estágio, obrigado às bandas pela cooperação e paciência e ao Daniel pela simpatia durante todo o dia/noite e pela oferta do CD.

Horns Up

Doug

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