Concurso de bandas Raul Proença

Boas,

     No meu quarto dia de estágio deslocamos-nos à Escola Secundária Raul Proença para o concurso de bandas da escola a realizar no espaço comum da escola.

     A sala é uma espécie de barracão, grande, alta e com um palco um pouco mais pequeno que o do centro. Falámos com os responsáveis e fomos informados que só poderíamos começar a montar tudo depois das  16:30 (eram pouco mais que 15h) o que nos cortou logo a hipótese de fazer o sound check,  hipótese ainda mais reduzido quando fomos informados que seriam 7 bandas na totalidade. Começou então a espera.

     Nota: Não existem fotos deste concerto porque também não tinha máquina fotográfica.

     Por volta das 17h começámos a montar, o equipamento que tínhamos era todo alugado (infelizmente não tive tempo para apontar todo o equipamento que usamos por isso não posso relatar tudo com exactidão),  tínhamos dois amplificadores, um crossover de duas vias, 2 subs Behringer, 4 topos Behringer , 2 topos Behringer para monição e uma mesa de 16 vias Behringer. Como precaução já havíamos trazido a rack de FOH (front of house) do centro e 3 microfones suplementares, dois BeyerDynamic Opus 53 para OH (overhead) e um Shure Beta 57A para podermos ter talkback para o palco.

     Montámos o sistema de frente junto ao palco, improvisamos a régie com duas mesas e as bandas começaram a montar o backline. O sistema final ficou algo como isto:

Linha castanha é a altura do palco aproximadamente
     Ligamos tudo aos amplificadores e começámos a afinar o PA para a sala recorrendo ao EQ gráfico da BSS, mal começou soar descobrimos que o segundo topo do lado esquerdo tinha o mesmo problema que a RCF do centro e estava a induzir imenso ruído, infelizmente com material alugado tivemos que continuar com ele assim. Após as bandas acabarem de montar o backline começámos a colocação de microfones, havia um kit de bateria, dois combos de guitarra colocados em cima de mesas, um combo de baixo colocado no chão e um teclado; fomos ainda informados que haveria algumas bandas com guitarras acústicas. Colocámos todos os microfones e DI's e o resultado final ficou:

Lista de vias
     Os JTS são réplicas de "marca branca" dos microfones da Shure e as DI's usadas foram a Behringer DI100 no bass e DI120 no teclado para fazer o left/right, optamos por micar apenas o Low Tom porque poderíamos fazer a captura dos restantes com os overheads. A disposição final em palco ficou assim:

Desenho de palco
     Visto serem 7 bandas e não termos sido informados a ordem e não termos microfones suficientes em duas das bandas eu trocava o Vox2 para perto do teclado (Keys), uma tinha que trocar o Vox1 para perto do Vox3 para poder trocar o Vox3 pelo microfone para a GTACUST, ou seja, em cada banda eu tinha que trocar microfones de posições por falta de informação por parte da organização, as outras era o setup que está no desenho. Este acabou por ser mais um problema que se ia desenrolar durante o espectáculo todo, acabei por ficar o concerto todo no palco e o Tiago a fazer frente.

     Realizamos um line check rápido e fizemos pausa para o jantar. Quando voltámos ainda não havia começado o concerto apareceram logo mais dois problemas, uma banda suplementar que não apareceu durante a tarde com uma guitarra semi-acústica, como já não tinhamos DI's tivemos que captar com o mesmo microfone como se fosse uma acústica normal e faltava um microfone para o júri, tivemos sorte de porem a mesa do júri mesmo em frente da régie então foi só usar o nosso microfone de talkback com um cabo XLR maior ao canal 15. Quando finalmente o concerto começou, continuámos apareceu um novo problema, o bónus da noite, os canais da mesa estavam a "colar", tanto como os canais individuais como os canais de master, ou seja, por vezes o som de um canal em específico ou de um dos masters mutava e ficávamos sem som em um dos canais ou então desaparecia o som do lado esquerdo/direito do PA, som esse que só voltava ao mexer freneticamente o fader em questão. Outro problema também corrente foi a inexperiência dos membros das bandas, problemas tais como esquecer-se de ligar o amplificador, ligar o pedal, ligar um cabo, tirar o mute da guitarra, esquecer-se do instrumento quando vem para o palco, entre outros, problemas esses que eles ficavam a olhar para mim à espera que eu resolve-se já com eles a actuar em palco. Alguns tal como o esquecer de ligar o cabo ao instrumento até a mim me deixaram perplexo porque nunca é algo que estamos à espera.

     Por fim o concerto lá acabou e desmontámos tudo, o pesadelo tinha acabado por esse dia. Moral da história: se o material (e o artista em questão) é mau não há muito que se possa fazer, no entanto, é com isso que temos que trabalhar e tentar fazer o nosso melhor.

     Sem dúvida uma experiência que prefiro que não se torne a repetir.

Horns Up

Doug


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