Concerto Hardcore and Hip Hop Night

Boas,

     No passado dia 21 de Abril a Dirty Crown organizou um concerto misto de Hardcore e Hip Hop, a sua estreia como planeadora de eventos, o concerto chamado de Hardcore and Hip Hop Night tinha o seguinte line up: Hard To Deal, Lifedeceiver, A Thousand Words, XL, Zim, Consumido e alguns convidados para as performances de Hip Hop. Foi-nos dito que as bandas chegariam às 18h30m e o concerto começaria às 22h30m.

     Como foi no último concerto no centro eu e o Tiago começámos a afinar o PA às 14h e a preparar as monições, durante a tarde a organização foi trazendo parte do backline (colunas e bateria). Por volta das 17h tudo estava montado e ficámos à espera das bandas.

      Às 18h chegou a primeira banda, mas apenas trazia alguns pratos e os instrumentos por isso não podemos começar a colocação de microfones, após alguma espera por volta das 19h30m decidimos começar a colocar os microfones, já que tínhamos parte da bateria e as colunas colocámos um Shure SM57 em cada uma das colunas de guitarra e uma DI da BSS para o baixo, visto a coluna do baixo ser uma coluna de PA nem sequer pusemos a hipótese de pôr um microfone. A bateria visto ser um kit pequeno (este tipo de kits parece um pouco parvo mas devido ao seu tamanho tem um ataque fortíssimo, o ataque e "click" que muitas bandas de hardcore e metal procuram) usámos o BeyerDynamic Opus 99 para o kick, os Senheiser e604 para os toms, um Shure SM57 para a snare, um AKG 430 para o Hi-Hat e os AKG CK91 para OH's. Um setup bastante básico mas que funcionou na perfeição para o instrumental, para as vozes usámos novamente o Shure Beta57A com uma cápsula de um Shure SM58, excepto uma banda (ATW) em que o vocalista trouxe o seu próprio microfone, um Shure PG58.

      Infelizmente o concerto começou a revelar-se um pouco massacrante para os técnicos, os artistas eram (vulgo duas ou três excepções) arrogantes, com mania de estrelas, infantis e extremamente pouco profissionais. O sound check começou atrasado porque os amplificadores demoraram a chegar assim como o resto do equipamento, parte desse equipamento não funcionava ou apresentava defeitos, defeitos esses que ainda eram pedidos a nós que fossem resolvidos mesmo sendo problema da banda em si, enfim, infelizmente com tantos problemas acabei por não tirar notas nenhumas e também não houve grande processo de aprendizagem ou mesmo algum gozo no trabalho porque as bandas não o permitiam. Acabando o sound check que foi extremamente simples e rápido fomos jantar.

Lista de vias final, a compressão foi feita em grupos
Nota: Enganei-me nos Toms, os mic's usados foram os Senheiser e604
Monições e efeitos
Para o HipHop foi apenas 4 vozes a frente e monição do Aux3

      Com uma hora de atraso começou o concerto (parte do hardcore) sempre sem problemas demais, decorreu música após música, em cada mudança de banda eu e o Tiago tínhamos que fazer um sound check rápido, infelizmente os problemas que não surgiram a nível técnico surgiram a nível de público e logística, a organização teve a incompetência de prevenir a entrada de garrafas de vidro dentro do auditório como lhes foi pedido e tiveram a incapacidade de controlar as bandas e o público. Durante o concerto alguém no público retirou a cavilha de segurança de um dos extintores e usou-o ainda na pendurado na parede, situação essa que facilmente devia ser controlada devido à pouco ocorrência que houve ao concerto e um dos membros de uma das bandas rebentou com a grelha de uma das nossas colunas de monição usando a clássica desculpa que no palco se fica selvagem e não se pensa. Enfim, o concerto acabou e aproveitámos para retirar todos os microfones do palco e colocar apenas 4 micros de voz para a segunda parte do concerto, decorreu sem problemas tirando um banho de cerveja à nossa rack de processamento, cortesia do público até que chegámos ao último artista em palco, como os outros pediu-nos para colocar o CD dele a tocar para ele poder cantar por cima, mas por burrice dele (não há outra expressão) deu-nos um CD mal gravado, em que uma das faixas (a suposta final) estava com falhas no aúdio como se estivesse riscado, quando o artista notou as falhas na sua música acusou-nos injustamente de estar a sabotar o seu trabalho e pediu-nos para mudar para o beat seguinte, que simplesmente não existia no CD... Tentámos avisá-lo que o CD não tinha mais faixas e ele simplesmente desprezou o que dissemos e ainda nos faltou ao respeito, foi a gota de água para nós e acabámos por desligar o som e expulsar toda a gente do recinto.

     Como podem ver nem sempre tudo é bonito e tem que se aturar algumas coisas que desgastam uma pessoa e tiram o gosto pelo trabalho, no entanto é continuar e esperar por outros trabalhos. Aproveito para deixar algumas fotos dos microfones:

Bateria vista de trás

Bateria vista de frente

GTEL1

Bass e GTEL2

Vox

Vista final
     As correcções de sala e mesa:

Rack de processamento

EQ gráfico da sala

EQ gráfico das monições

Vista da mesa
     Enfim, ficamos por aqui e ficamos à espera de melhores trabalhos e mais recompensadores. Espero não ter destruído muito o post com a minha frustração.

Horns Up

Doug

2 comentários:

  1. Viva Doug, ri-me a ler este post mas foi riso nervoso.
    Partilho da tua frustração, é deplorável a atitude de certas pessoas.

    Abraço,
    João (Ensaio)

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  2. @João Silva

    Às vezes o pessoal não tem noção do que faz.

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